Poços Artesianos são bens duráveis que envolvem diversos fatores técnicos para uma tomada de decisão segura e acertada. Saiba como escolher um poço ideal para suas necessidades e poder desfrutar de todos os benefícios que a sua própria água poderá lhe oferecer.
Muitas vezes os orçamentos podem apresentar diferenças expressivas de valores, porém é importante analisar detalhadamente cada item e decidir por aquele que é mais adequado a sua necessidade.
A seguir, vamos elencar os principais fatores para uma tomada de decisão mais assertiva:
A região onde será perfurado o poço artesiano irá fornecer informações relevantes para a realização do orçamento, porém existem alguns fatores específicos do local exato da perfuração, como por exemplo, o tipo aquífero a ser explorado poderá determinar a profundidade final da perfuração, o projeto, e por consequência, a produtividade e a qualidade da água do poço artesiano.
LEGENDA
Na Região Sudeste, os aquíferos fissurais englobam basicamente duas grandes categorias: os basaltos (Formação Serra Geral) e as rochas precambrianas (cristalinas e metavulcanossedimentares). O potencial de produção dos aquíferos precambrianos é, de modo geral, reduzido (exceção da região Ipatinga-Coronel Fabriciano / MG). Poços tubulares com valores mais elevados de vazão e de vazão específica podem estar associados à exploração simultânea de camadas sedimentares e de rochas cristalinas. Em São Paulo, o Aquífero Serra Geral (basaltos) é o mais explorado e de onde são retirados grandes volumes de águas subterrâneas a profundidades economicamente viáveis. Milhares de poços exploram diretamente os basaltos, embora boa parte tenham captação mista (basalto/arenito). Vazões superiores a 100 m³/h (como as observadas nas regiões de Ribeirão Preto, Araraquara, São Carlos e Sertãozinho) estão quase sempre associadas à maior incidência de fraturas, à espessura dos derrames e à ocorrência estruturas características (zonas vesiculares, amigdaloidais e de disjunção horizontal).
A Província Cristalina (propriamente dita) reúne rochas de natureza granítica, associadas aos Complexos Gnáissico-Graníticos, Gnáissicode Migmatíticos, Granulíticos, Suítes Graníticas e Granitóides. As águas armazenadas (geralmente provenientes das chuvas) circulam através das fraturas, abertas e interconectadas, o que confere a este sistema um caráter extremamente heterogêneo. Já a região dominada pelos derrames vulcânicos, constitui zonas com características de produtividade bastante variáveis com vários poços apresentando vazões entre 10m³/h e 40m³/h.
Na Região Sudeste, esta província hidrogeológica reúne boa parte das bacias metassedimentares de idade proterozóica, englobando rochas de incipiente grau metamórfico. Inclui, principalmente, as unidades do Supergrupo Espinhaço, Grupo Bambuí e Grupo Paranoá. Caracteriza-se hidrogeologicamente por apresentar porosidade mista (de interstícios e de fraturamento), embora o caráter fissural geralmente prevaleça. Nos trechos onde o fraturamento é mais intenso e a alimentação (através das chuvas) é mais efetiva, as vazões são, em geral, mais elevadas.
Esta faixa de vazões ocorre com grande incidência na região, possivelmente influenciada por fatores geológicos (litologia, fraturamento e manto de intemperismo), tectono-estruturais e fisiográficos. Os aquíferos desta província apresentam, em geral, difíceis condições de jazimento e de circulação das águas subterrâneas.
Em algumas áreas da Bacia Sedimentar do Paraná ocorrem poços com vazões relativamente reduzidas, em função do posicionamento estratigráfico e da maior presença de litologias psamíticas (um bom exemplo é o Aquífero Passa Dois). Os Depósitos Cenozóicos representam aquíferos porosos e permeáveis, em que as vazões são geralmente inferiores a 10 m³/h. A grande diversidade litológica (arenitos, argilas e conglomerados) e de espessura resultam em vazões igualmente variáveis. Em áreas litorâneas suscitam cuidados em relação à cunha salina, que pode afetar a salinidade das águas subterrâneas. O Aquífero Taubaté, na região de Taubaté e Pindamonhangaba, apresenta vazões inferiores a 10 m³/h.
Na área ocupada pelo Aquífero Bauru alguns poços apresentam vazões reduzidas, em função, sobretudo, de um certo endurecimento dos estratos ou por questões de posicionamento topográfico (cotas topográficas elevadas) e morfológico (escarpas). Também o SAG, apresenta comportamento hidráulico bastante variável, decorrente não só da heterogeneidade dos sedimentos deste conjunto sedimentar (variações faciológicas e paleo-ambientais), como das variações geradas a partir de seu posicionamento estrutural.
Os vários tipos litológicos (granitos, granodioritos, ortognaisses, tonalitos, xistos etc) encerram unidades de porosidade intergranular praticamente nula. O meio aquífero está representado por fraturas e diáclases que, em alguns locais, conferem a determinados conjuntos litológicos potencial hidrogeológico fraco. Em certos trechos, a baixa densidade de fraturas interconectadas e as condições topográficas desfavoráveis (porções mais elevadas do escudo cristalino) reduzem as possibilidades hidrogeológicas.
A base cartográfica da Região Sudeste foi elaborada pela Coordenação de Cartografia do IBGE - CECAR, a partir da Base Cartográfica Contínua Digital do Brasil, ao Milionésimo, bCIMdv3,2009. Alguns elementos cartográficos foram ajustados, suprimidos ou adequados à escala de 1:1.800.000 pelo Setor de Tratamento Gráfico da Gerência de Recursos Naturais da Bahia - GRN-BA, bem como a conversão de toda a base cartográfica ao software GeoMedia. O Sistema de Referência utilizado é a Projeção Policônica; o Datum Horizontal é o SIRGAS2000.
O mapa geológico que serve de base a este trabalho foi concebido a partir da compilação e integração das Cartas Geológicas do Brasil ao Milionésimo (CPRM - Serviço Geológico do Brasil), referentes às Folhas: SD.23 (Brasília), SD.24 (Salvador), SE.22 (Goiânia), SE.23 (Belo Horizonte), SE.24 (Rio Doce), SF.22 (Paranapanema), SF.23 (Rio de Janeiro), SF.24 (Vitória), SG.22 (Curitiba) e SG.23 (Iguape).
Em busca de melhor estética e maior clareza, foram feitas algumas simplificações, visando uma melhor compatibilidade com a escala de 1:1.800.000 (a partir da seleção e eliminação de polígonos geológicos com áreas muito reduzidas), porém de maneira uniforme, levando-se sempre em conta a importância hidrogeológica dos mesmos.
O IBGE agradece as contribuições da CPRM - Serviço Geológico do Brasil (SIAGAS), do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro - INEA, do Instituto Estadual de Meio Ambiente do Espírito Santo - IEMA e da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP pelos dados de poços tubulares e de informações utilizados neste trabalho.
Captam a água mais rasa existente abaixo do nível do solo.
Normalmente, por ser uma água mais nova, sofre influência direta da pluviometria, o que pode provocar a redução da vazão desses poços em períodos de longa estiagem.
Por estar mais próximo a superfície, tem uma chance maior de apresentar elementos químicos e bacteriológicos acima dos limites, tais como: ferro, ferro bactérias, manganês, bactérias heterotróficas, escherichia coli, coliforme totais, fecais, manganês, nitrito e nitrato.
Locais onde o solo tem uma maior presença de argila, tende a ter uma menor disponibilidade de água, em virtude da baixa transmissividade e permeabilidade do solo.
Dica: Pisos e louças começam a ficar avermelhados e a tubulação enferrujada, como consequência da ação química da água por longos períodos.
Técnico avalia se o terreno tem as características necessárias para a instalação de um poço artesiano. Ex. área mínima de 6 x 22 metros.
De acordo com a localização será definido o tipo de poço, profundidade estimada, materiais e a duração da obra. Em média 5 dias até 1 mês.
Segundo a legislação, a empresa deverá solicitar uma licença, chamada outorga, para realizar a perfuração. O prazo de liberação irá depender da demanda de outorgas junto ao órgão competente.
Com a outorga em mãos é possível iniciar a perfuração e obra do poço artesiano. O prazo e o preço irão depender do tipo de poço e da profundidade. Em média 5 dias até 1 mês.
Após a conclusão da obra deve ser realizado um teste de vazão para determinar a produtividade do poço e análise da qualidade da água. Este teste é muito importante e deve seguir as normas ABNT 12212.
Nota: Leia explicação sobre Teste de Vazão no detalhamento do orçamento (a seguir).
Após a correta execução do teste de vazão, será possível determinar a bomba ideal para atender as necessidades e expectativas do cliente.
Com o poço pronto e os dados de vazão e analise da água é solicitada a outorga de uso da água junto ao DAEE – Departamento de Águas e Energia Elétrica.
Durante a avaliação de algumas planilhas de empresas perfuradoras de poços é possível notar que os projetos possuem diferenças entre profundidade da perfuração, diâmetro e materiais aplicados. Essas variações irão determinar a quantidade e a qualidade dos materiais utilizados, e consequentemente a qualidade e durabilidade do poço.
Muita atenção em relação a tubulação utilizada, pois é um dos principais itens de um poço artesiano. Os principais materiais ofertados são os seguintes, elencados por ordem de qualidade:
Procedimento obrigatório após término da perfuração, para determinar os dados de produção do poço, o modelo da bomba e a profundidade de sua instalação.
Existem empresas que não incluem o teste de vazão na proposta ou fazem um simples teste de verificação com o compressor de perfuração por alguns minutos. Esse tipo de teste não atende as normas ABNT 12212 - Projeto de Poço para Captação de água e 12244-Construção de Poço para Captação de Água, o que pode gerar operação do poço fora de sua real capacidade, causando queda repentina da vazão de produção e possíveis avarias na bomba submersa.
Importante: A maneira correta para realizar o teste de vazão é através da instalação de uma bomba submersa em profundidade e capacidade pré-determinadas durante a perfuração. Deverá ter uma duração mínima de 24 horas, verificação do rebaixamento do nível e tempo de recuperação de 80% do nível inicial.
Outro detalhe importante que algumas empresas não incluem em suas propostas: a outorga de perfuração (antes) e a outorga de uso (depois).
Cuidado: Poços executados e posteriormente utilizados sem a devida autorização do estado podem sofrer multas de até 100 UFESP.
O projeto da bomba é muito importante e está diretamente ligado a profundidade e vazão do poço. Existem no mercado grande variedade de modelos e marcas de bomba, cabos elétricos, tubos de edução, painel elétrico, etc. Prefira orçamentos que descriminem as marcas e/ou padrão de equipamentos oferecidos e descrição completa de cada item.
Fique atento! Alguns problemas comuns:
A primeira conta a ser feita é encontrar o metro linear de cada proposta conforme mostrado abaixo:
1) R$380,00/metro
2) R$450,00/metro
3) R$435,00/metro
4) R$415,00/metro
Na segunda etapa, devemos avaliar a quantidade e a qualidade dos materiais utilizados, tubos, projeto da bomba e sua vazão, e por último, ver os serviços e garantias oferecidos.
Desta forma, notamos que a diferença de preço não é tão grande e que o mais barato nem sempre é a melhor opção. Neste caso a melhor opção em custo benefício é o Orçamento 2.
Como já falamos anteriormente, um poço artesiano é um bem durável, desde que seja de qualidade e construído de forma correta. Seguindo os padrões de limpeza e manutenção podem durar muitas décadas.
Por esse motivo, é importante se assegurar que está fazendo a melhor escolha. Mas como avaliar isso?
Um poço com maior vazão irá garantir maior disponibilidade de água e por mais tempo, permitindo um retorno mais rápido do investimento e economia por muito mais tempo.
Poços mais profundos em geral oferecem uma água com melhores propriedades físico-químicas, fator fundamental, pois um poço pode perder sua outorga em virtude da qualidade da água.
Atenção: poços que captam água do aquífero freático podem ter qualidade inferior.
Um poço artesiano geralmente não representa 1% no custo da construção de uma casa de alto padrão. Por outro lado, uma perfuração mal executada, pode trazer transtornos e prejuízos incalculáveis.
Certifique-se que a empresa contratada possui experiência no ramo que atua e se oferece garantias caso ocorra alguma intercorrência na execução do poço. Verifique se a empresa possui um bom seguro de responsabilidade civil em caso de necessidade.
INFORME-SE!